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14/05/21

Precisamos falar sobre o valor da virtualidade

Os Non-Fungible Token (NTF) ou, em português, token não-fungível são um registro de um ativo em formato digital - neste caso, indivisível na blockchain, rede imutável que opera com muita criptografia e permite o funcionamento dos sistemas de criptomoedas, como o bitcoin por exemplo. Numa tradução para leigo, uma moeda que outorga o direito de propriedade para alguém de uma coisa intangível que só existe no mundo virtual.

Em 2020, a liga de basquete americana NBA decidiu vender jogadas de basquete dos seus jogadores. Como assim jogadas? Sim jogadas. Imagine um jogador famoso realizar uma enterrada épica, faltando um segundo para o jogo terminar. A NBA pode vender essa jogada e dar para o comprador o NTF como mostra de propriedade. Podem haver muitas pessoas com o vídeo da jogada, mas somente uma pessoa, a que pagou por ela, será dona, com certificação da própria NBA. Até agora a NBA já faturou nessa plataforma, aproximadamente, US$ 205 milhões em vendas em cinco meses. O negócio saiu mais lucrativo do que se esperava.

O CEO do Twitter,  Jack Dorsey, vendeu, por US$ 2,9 milhões como NFT, o seu primeiro Twitter, sim, as suas primeiras palavras publicadas nessa rede social.

Em março desse ano, o artista digital Mike Winkelmann, mais conhecido por seu pseudônimo Beeple, vendeu uma obra registrada como NFT, por mais de US$ 69 milhões. O nome da peça é  “Everydays — The First 5000 Days” e compilou, segundo o autor,  anos de desenhos diários em uma única colagem e foi leiloada pela famosa casa Christie´s. Detalhe, a obra não foi impressa, não foi pintada, foi produzida em computador. Só existe no mundo digital. Alguém pagou por essa obra unicamente digital. Ao respeito o jornal americano New York Times, brincou: "Venderam um arquivo  jpg (extensão famosa de figuras e imagens de computador) por 69 milhões de dólares!".

A pergunta que não quer calar é, porque o NTF se torna relevante?

Ainda é cedo dizer assertivamente até onde tudo isso vai parar, mas, a priori pode-se dizer que o NTF funciona como um selo de propriedade de coisas, obras, vídeos etc. do mundo digital.

Quem possui o NTF é dono, tem a propriedade do intangível.

Antes que alguém fale que isso é uma bolha e não se justifica, precisa estudar um pouco de história e ver, que, por exemplo, no início do século XX um mictório usado, foi vendido por quase 1 milhão de dólares (procure na internet pelo Urinol do Duchamps).

Essa nova tendência veio regulamentar um mercado subjetivo através de uma moeda muito subjetiva que é a criptomoeda. Casamento perfeito.

Falar que isso é bolha é de um reducionismo preguiçoso de quem não acompanhou a evolução da moeda ao longo da humanidade.

Daqui para frente, vamos ouvir falar muito sobre isso.

Hugo Eduardo Meza Pinto, economista e doutor, é professor da Estácio e associado da empresa de Economia Criativa Amauta.

 

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